Projetos cofinanciados cresceram na última década, mas é preciso vencer desafios de gestão e investir em tecnologia para que mais obras sejam entregues nos prazos.
O Brasil registrou três novos projetos cofinanciados por órgãos externos assinados nos três primeiros trimestres de 2020, somando US$ 85,1 milhões, segundo a Comissão de Financiamentos Externos (COFIEX) do Governo Federal. Outros 51 projetos aguardam assinatura, num montante de US$ 7,9 bilhões. Ao longo de 2019, os números também foram significativos: 32 contratos assinados que somaram US$ 3,1 bilhões em financiamento, valor 42% maior que o alcançado em 2018, quando foram celebrados 20 contratos, que totalizaram US$ 2,2 bilhões. Hoje o país tem 127 projetos em execução apoiados por instituições como o Banco Mundial, Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), FONPLATA e Banco de Desenvolvimento da América Latina (CAF) – que viabilizam obras de infraestrutura em países em desenvolvimento, representando US$ 29,6 bilhões em empréstimos.
Devido a complexidade de acordos como esses, alguns percalços podem ocorrer – cerca de metade dos projetos do setor público e privado não são finalizados no prazo e 43% saem do orçamento previsto em contrato, segundo o Project Management Institute. Dentre os fatores principais para os entraves e a paralisação de obras importantes estão falhas de planejamento e controle de gestão e a instabilidade do mercado.
Um atraso no começo do trabalho, por exemplo, pode comprometer o desempenho ao longo das seguintes fases do projeto. No Brasil, 169 projetos com financiamento internacional assinados entre 2010 e 2017 estão em fase de repagamentos. Enquanto em uma parcela dos projetos os atrasos duram somente alguns dias, outras obras ficam paradas por meses ou anos, resultando em prejuízos financeiros, impasses jurídicos e, sobretudo, na demora do retorno do investimento à sociedade.
Especialmente a administração física, financeira e contábil de programas cofinanciados por entidades internacionais demandam atenção redobrada, por terem como características a complexidade e a necessidade de comprovação fidedigna de cada ação realizada; prestação de contas para diversos agentes de controle; desembolso que depende do andamento e o atingimento de metas; obediência aos termos do empréstimo; bem como a suscetibilidade à gestão cambial e troca do Poder Executivo quando o contrato está em curso.
Para viabilizar o projeto todo com transparência, correção e segurança da informação, os programas de financiamento estão solicitando o uso de inteligentes sistemas de gestão para garantir que seus objetivos sejam alcançados dentro do tempo, custo e escopo planejados. Hoje inovações tecnológicas como o SAFF (solução para Administração Físico Financeira), software criado pela Softplan Setor Público, atendem as necessidades do mutuário, instituição financiadora e auditorias com a integração da gestão de processos e de documentos num único programa.
A solução do tipo SaaS contabiliza mais de 45 projetos gerenciados num montante conjunto de mais de US$ 4 bilhões, contribuindo para minimizar falhas e atender às normas específicas de órgãos financiadores como BID e Banco Mundial. Sabe-se que o gerenciamento de um projeto cofinanciado é uma disciplina destinada a orientar e integrar os processos necessários para tocar um projeto, desde a iniciação, o planejamento e a execução até o monitoramento e o encerramento dele. É um combinado de ferramentas e boas práticas que tem como objetivo garantir que se chegue ao término do projeto com o resultado esperado, dentro do cronograma e custos previsto e o escopo do projeto. Assim, a tecnologia é hoje uma das principais aliadas dos gestores de projetos cofinanciados no país.
Matéria completa: Portal Agencia Infra
Especialista de produto com foco em gerenciamento de projetos com financiamento internacional. Inserido nesse universo desde 2011, já implantou sistemas e acompanhou mais de 40 projetos de diferentes naturezas pelo Brasil. É pós-graduando em gerenciamento de projetos e metodologias ágeis.