A aplicação de Big Data no Judiciário brasileiro e de técnicas de Analytics é um dos caminhos para tornar a Justiça mais ágil.
Aliás, o Joni Hopper, CEO da Aquarela Analytics Advanced Analytics, já nos disse aqui no SAJ Digital como as análises preditivas e o uso do machine learning podem acelerar a tramitação dos processos judiciais.
Nós, aqui da Softplan, temos convicção que o uso da tecnologia digital é a saída para que a Justiça deixe de ser morosa. Também sabemos que a análise de dados é condicionante para que tribunais alcancem resultados efetivos de produtividade e celeridade.
Em conjunto com uma série de parceiros, estamos nos debruçando sob milhares de terabytes de dados estruturados e não-estruturados gerados e geridos pelos Tribunais de Justiça. Este conjunto de dados é tão grande e tão complexo que pode, às vezes, passar a ideia de que estamos diante da totalidade de informações estatísticas que se tem disponível acerca do tema.
Big Data e Analytics na Justiça
Estamos chamando esse estágio inicial de expedições exploratórias, no qual aplicamos diferentes técnicas e métodos de Big Data e Analytics para buscar relações e explicações nos dados para as questões mais complexas da Justiça.
Para quem não está familiarizado, compartilho uma definição de “livro” sobre Analytics: conjunto de tecnologias, recursos, métodos e capacidades de captura, estruturação, transformação e interpretação de dados e informações de dimensões gigantescas (Big Data) e de altíssima complexidade.
Portanto, fica claro que quando falamos em Analytics, e em Big Data no Judiciário, estamos falando de ferramentas, habilidades e conhecimentos técnicos de matemática e estatística, programação, mas principalmente, de uma capacidade de análise apurada.
Data Discovery
As expedições exploratórias que estamos realizando cumprem uma etapa imprescindível para a construção de uma solução de Analytics: a Data Discovery. Explico melhor: gráficos e análises já são usados há um tempo nas organizações públicas e empresas privadas, especialmente para orientar a apresentação de resultados. A Data Discovery vai além.
Ela dispõe a visualização dos dados, a influência nos negócios e a análise preditiva. Ou seja, o Big Data no Judiciário pode mostrar como os dados impactam nos negócios dos Tribunais (distribuição de Justiça) e como a Presidência da Corte pode tomar ações antecipadas, especialmente para conferir mais celeridade aos TJs.
Exemplificando: no varejo, por exemplo, as soluções de Data Discovery ajudam a mapear o comportamento dos consumidores e planejar, antecipadamente, ações assertivas de marketing, como promoções e envios de emails marketing segmentados.
A partir do Data Discovery, construímos uma base de inteligência sobre correlações de variáveis, tendências, fatores exógenos, quais são os drivers, inibidores e influenciadores.
Em um segundo momento, desenvolveremos análises e modelos preditivos, criaremos algoritmos e aplicaremos técnicas de machine learning para prover aos Tribunais uma plataforma de Analytics completa e no estado da arte para os auxiliarem em sua nobre missão de “Realizar justiça” (Missão do Poder Judiciário, segundo a Estratégia Nacional do Poder Judiciário 2015-2020, delineada pelo Conselho Nacional de Justiça).E cá pra nós, ninguém melhor do que a Softplan propor esse desafio!
No caso dos Tribunais de Justiça:
- conhecemos em profundidade a forma como os dados estão estruturados;
- compreendemos a complexidade do ecossistema em que atuam e suas dificuldades orçamentárias;
- entendemos as causas de seu congestionamento;
- valorizamos a sua “nobre obsessão” em oferecer à sociedade uma prestação jurisdicional célere e de qualidade.
Nossas soluções têm contribuído com os Tribunais de Justiça nestas últimas duas décadas para racionalizar seus procedimentos e rotinas.
O papel já faz parte do passado nos Tribunais que utilizam o sistema SAJ. Os processos, apesar dos enormes desafios estruturais, são mais céleres e acessíveis para advogados e sociedade como um todo.
Chegou a hora do Big Data no Judiciário!
Tiago Melo é economista, doutor em economia de empresas, com enfoque em responsabilidade social pela Universidade de Salamanca, na Espanha. Atualmente é coordenador de ESG da Softplan, onde trabalha desde 2013. Tiago já atuou em todos os segmentos da Justiça, como analista de novos negócios e product manager. Nesse período, contribuiu em diversas iniciativas de alto impacto da empresa, como no desenvolvimento de frentes de trabalho e soluções de analytics, inteligência artificial e desenvolvimento de produtos voltados para o mercado privado de grandes demandantes judiciais.