Com a rápida evolução tecnológica, 2025 promete consolidar tendências que já estão moldando a forma como governos operam e como a sociedade se beneficia da transformação digital. No setor público, a tecnologia não é apenas uma ferramenta, mas um motor para eficiência, inovação e inclusão.
Luis Felipe Monteiro, renomado especialista em governo digital, compartilhou recentemente valiosas lições sobre como o planejamento estratégico impulsiona a inovação no setor público. Inspirado por suas ideias, aprofundo aqui três tendências que considero essenciais para gestores públicos em 2025, com ênfase no impacto prático dessas tecnologias na transformação do setor público.
Inteligência de dados uma das tendências no setor público
O Brasil alcançou uma capacidade impressionante de geração de dados, mas a inteligência sobre esses dados ainda é um espaço pouco explorado. Não se trata apenas de apoiar a tomada de decisão dos gestores, mas também de criar valor econômico para o mercado. Dados públicos bem trabalhados podem ser usados para análises de risco, projeções e até para eliminar etapas burocráticas em processos.
Esse conceito está alinhado com a ideia de governo como plataforma, onde o Estado opera não apenas para si, mas também como um habilitador para o setor privado, oferecendo serviços baseados em dados que impulsionam a economia. Para isso, é essencial estruturar e categorizar os dados de maneira eficiente, garantindo qualidade e acessibilidade.
Inteligência artificial generativa
A inteligência artificial generativa surgiu com força nos últimos dois anos, trazendo uma nova dimensão de possibilidades. Aplicações como compilação e resumo de informações, atendimento em linguagem natural e automação de processos já estão gerando resultados concretos em áreas como o Judiciário e atendimento público.
Entendemos que o último ano foi o ano da experimentação da IA generativa. Este ano marca sua expansão e consolidação, com usos mais maduros e integrados ao cotidiano da gestão pública.
No entanto, é necessário que os gestores abordem a IA com cautela e estratégia. Antes de iniciar projetos, é necessário garantir a governança dos dados utilizados. Criar guias internos para o uso da IA prevenindo riscos relacionados a dados sigilosos. Focar em projetos pequenos e testáveis, priorizando iniciativas com resultados comprovados.
Ao entrar num projeto de inteligência artificial generativa, categorização e qualidade de dados são desafios enormes. Não é algo que você implementa do dia para a noite.
A velocidade é um diferencial, mas não deve comprometer a consistência. A escolha de projetos bem fundamentados e com impacto definido é mais importante do que correr para alcançar ao hype sem planejamento.
Cibersegurança
Com a digitalização, os riscos aumentam. A concentração de dados em ambientes digitais cria pontos únicos de vulnerabilidade que podem comprometer operações inteiras. Hoje, um ataque bem-sucedido não apenas vaza informações, mas pode paralisar serviços essenciais.
Para mitigar esses riscos, os gestores devem estabelecer equipes dedicadas à segurança da informação e resposta a incidentes. Priorizar investimentos em cibersegurança como parte integrante da estratégia digital.
Em 2025 e nos anos subsequentes, a cibersegurança não é opcional, é parte essencial da digitalização. Sem isso, o dano de um ataque pode ser irreparável.
Esse foi um dos temas abordados no Insights, em um bate-papo com Cristiano Heckert, gerente sênior de Desenvolvimento de Negócios para Governo na América Latina na AWS, que possui 18 anos de experiência no governo federal.
Durante a conversa, discutimos as oportunidades para os primeiros 100 dias de governo, a importância da transformação digital e como a tecnologia pode apoiar essa jornada, especialmente no fortalecimento da segurança cibernética.
Caso queira saber mais, te convido a assistir ao vídeo completo.
Conclusão
Inteligência de dados, inteligência artificial generativa e cibersegurança não são apenas ferramentas, mas alicerces para transformar a gestão pública e proporcionar ganhos reais para a sociedade.
Acredito que, ao falarmos em tecnologia para 2025, essas três áreas são essenciais, e os órgãos públicos que souberem usá-las e investir nelas sairão na frente.
Graduado em Direito, especialista em Sistemas da Informação, pela Universidade Federal de Santa Catarina, com MBA em Gestão Empresarial, pela Fundação Getúlio Vargas, e certificado pelo Programa de Educação Executiva do IESE Business School, pela Universidade de Navarra, na Espanha. Atualmente, Rafael é Diretor de Negócios da Softplan Setor Público. Experiente em projetos de Transformação Digital no Setor Público latino-americano, participou diretamente da digitalização do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo e da implantação do processo eletrônico na Jurisdição Especial da Paz na Colômbia.