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ESG

Como avaliar a performance da gestão pública com 5 indicadores chave

Fernando Naim
Tempo: 3 minutos
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A administração pública lida diariamente com uma grande variedade de processos e demandas — tanto internas, vindas de servidores e gestores, quanto externas, originadas da sociedade, empresas e outros órgãos. Melhorar a forma como esses fluxos são organizados e respondidos é uma necessidade urgente para a modernização da administração pública, não apenas do ponto de vista da produtividade, mas também da qualidade dos serviços oferecidos à população.

Problemas como burocracia excessiva, baixa digitalização e ausência de padronização seguem como desafios relevantes, afetando diretamente a agilidade, a previsibilidade e a transparência das entregas públicas. Nesses contextos, os efeitos se fazem sentir tanto na rotina dos servidores — que enfrentam dificuldades para realizar tarefas básicas — quanto na experiência do cidadão, que muitas vezes precisa lidar com longos prazos, falta de retorno e baixa transparência.

O papel da digitalização e automação na administração pública

Automatizar processos e digitalizar fluxos são etapas fundamentais para uma administração mais inteligente e conectada. Soluções tecnológicas permitem eliminar tarefas manuais repetitivas, aumentar a previsibilidade das entregas e melhorar a gestão com base em dados confiáveis. Organizações públicas que adotam ferramentas para gestão de processos — como plataformas de Business Process Management (BPM) — conseguem estruturar seus fluxos com mais clareza e mensurar resultados com maior precisão.

Conectar tecnologia à gestão não é apenas uma modernização de ferramentas, mas uma mudança na forma de operar e entregar valor à sociedade. Essa mudança permite não só mais controle, mas também mais capacidade de avaliação e evolução contínua dos serviços prestados.

Indicadores chaves para avaliar a administração pública

A adoção de indicadores de desempenho é indispensável para acompanhar a performance da gestão pública e identificar pontos de melhoria. Os principais são:

  1. Índice de Atendimento à Demanda (IAD) : mede a proporção entre demandas encerradas e abertas em um determinado período. Um IAD elevado indica boa capacidade de resposta da instituição, enquanto valores baixos sinalizam acúmulo ou lentidão na resolução de processos;
  2. Disponibilidade de Assuntos Externos no Portal: reflete o quanto os serviços digitais estão acessíveis ao cidadão. Um alto percentual indica maturidade digital e compromisso com uma administração pública mais transparente e orientada ao cidadão;
  3. Tempo Médio de Atendimento (TMA): indica a agilidade com que os órgãos tratam suas demandas. Quanto menor o tempo médio, maior é a capacidade de resposta institucional;
  4. Taxa de Congestionamento: mostra a relação entre demandas resolvidas e pendentes. Uma taxa elevada pode representar gargalos operacionais e necessidade de redistribuição de fluxos internos;
  5. Duração dos Processos em Andamento: avalia quanto tempo, em média, os processos permanecem abertos antes da sua conclusão. É um indicativo claro da eficiência operacional e da fluidez no trâmite interno das solicitações.

Dados para decisões mais inteligentes

A análise desses indicadores permite uma gestão mais proativa e orientada por dados. Ao compreender os gargalos e os pontos fortes de sua operação, os órgãos públicos conseguem planejar melhor a alocação de recursos e aprimorar seus processos continuamente. Para que essa mensuração seja efetiva, é essencial contar com soluções tecnológicas que centralizam dados, integram áreas e fornecem dashboards com visualização clara de metas e resultados.

Ferramentas que apoiam a gestão de processos administrativos, como sistemas com recursos de modelagem de fluxos, automação de tarefas e controle documental, têm se mostrado aliadas valiosas na melhoria contínua da performance da gestão pública.

Conclusão

A busca por desempenho na gestão pública não se limita a atingir metas administrativas. Trata-se, acima de tudo, de um compromisso com a sociedade. Respostas mais rápidas, serviços digitais acessíveis e processos internos mais organizados se traduzem em melhor atendimento ao cidadão e mais confiança no serviço público.

Ao adotar uma cultura de gestão por indicadores e priorizar a digitalização dos processos, os órgãos públicos constroem uma administração mais preparada, responsiva e eficiente — não apenas como meta operacional, mas como base para uma relação mais próxima e produtiva entre governo e sociedade.

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Esse artigo foi escrito em colaboração com Tiago Melo.

Graduado em Ciência da Computação e com MBA em Gerenciamento de Projetos, Fernando Naim é especialista e Product Owner em Soluções de Government Process Management (GPM) no Grupo Softplan, onde atua há mais de 10 anos. Ao longo de sua trajetória, exerceu funções de gestor de projetos, coordenador e PO, liderando importantes iniciativas de Transformação Digital no Setor Público.

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