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Fiscalização Rodoviária

Dados digitais ajudam no controle das estradas

Ricardo Gausmann
28 de outubro de 2024 Tempo: 4 minutos
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Os sistemas digitais vêm modernizando o setor público e a administração das rodovias é uma das áreas beneficiadas com o investimento em inovação. O uso das ferramentas corretas permite que gestores organizem as tarefas com muito mais precisão, fazendo com que os recursos para a manutenção e a conservação das estradas sejam melhores empregados. Uma das formas de se conseguir a excelência no controle da infraestrutura rodoviária é por meio dos relatórios automáticos.

Para a coleta de dados já existem várias soluções que tornam o trabalho mais preciso e assertivo. É possível, por exemplo, fazer o levantamento visual das estradas por meio de registros em vídeo, elaborar pesquisas para medir o grau de satisfação do usuário de rodovias e os principais pontos a serem melhorados; monitorar o volume diário de veículos, entre tantas outras práticas.

Mas se a forma de obter os dados é importante para a precisão e celeridade das informações, a maneira como eles são agrupados também faz toda a diferença. Por isso, organizar e manter estas bases atualizadas para futuras consultas e a elaboração de reports da malha rodoviária é fundamental para a tomada de decisão.

Vantagens dos relatórios automáticos

Todos os anos, os órgãos estaduais devem fazer uma avaliação das suas estradas, sejam elas públicas ou concessionadas, para enviar ao DNIT (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes) relatórios atualizados sobre as condições da malha rodoviária sob sua responsabilidade.

Este trabalho envolve uma análise apurada que deve indicar situações como:

  • A qualidade da pavimentação e da sinalização dos trechos;
  • Em quais pontos se verificam os maiores tráfegos;
  • A existência de viadutos, passarelas e elevados;
  • Os elementos que estão nas faixas de domínio (construções, sinalizações e outras permissões de uso);
  • A altura da vegetação;
  • A situação da drenagem;
  • O modelo de gestão (pública ou privada); entre outros.

O documento também exige que sejam detalhadas questões como localização e georreferenciamento de cada trecho, os quilômetros iniciais e finais, a condição da via, o responsável pela sua manutenção, etc. Estas informações são importantes para que os organismos consigam ter um maior controle sobre a conservação das rodovias, garantindo assim a segurança dos usuários e minimizando os riscos de acidente.

Se perdendo entre os papéis

Agora imagine trabalhar de forma manual com um volume de dados enorme como este. As chances de que algum tipo de erro aconteça é quase certa, o que pode gerar problemas que vão de atrasos no envio dos reports – atrasando também possíveis melhorias a serem feitas nas estradas – ao não repasse de recursos necessários para a melhoria de trechos mal preservados. Ao ter que preencher planilhas de Excel, por exemplo, há o risco de ser apontado erroneamente que determinada via está em bom estado e as verbas federais não serem enviadas para o reparo necessário. Falhas como esta causam grandes perdas para as rodovias e contribuem para a precarização da malha viária.

Por outro lado, os relatórios automáticos ajudam a aperfeiçoar o agrupamento e a organização das informações coletadas, contribuindo para agilizar o trabalho dos gestores das rodovias. Outro ganho é com relação à tomada de decisão, que passa a ser muito mais rápida e assertiva, pois os registros são feitos a partir de dados precisos. Assim, ao usar ferramentas digitais para organizar relatórios e reports, é possível saber, em poucos cliques, exatamente qual trecho precisa receber melhorias, e assim, direcionar de forma correta os recursos.

Benefícios de ferramentas digitais

Além de trazer segurança para a rotina dos gestores, estas ferramentas facilitam o trabalho dos fiscais de campo. Como eles estarão munidos de smartphones e tablets, deixando para trás as ultrapassadas pranchetas, estes profissionais poderão enviar, de forma on-line e em tempo real, as informações coletadas nas rodovias. É possível ainda se orientar com precisão pelos registros já feitos para realizar uma inspeção específica em algum trecho ou faixa de domínio.

Assim, o fiscal pode manter os registros diários in loco sempre atualizados e acompanhar com eficiência o cumprimento do contrato com o prestador do serviço – se está em andamento, paralisado, cancelado, encerrado, dentro do prazo ou atrasado –  e tomar as devidas providências em relação a isso. Atualmente, existem no mercado vários sistemas digitais que geram relatórios automáticos e auxiliam na gestão tanto de empresas privadas quanto de instituições públicas.

Destacam-se os softwares específicos para o setor rodoviário, que podem ser adquiridos integrados ou por módulos, como por exemplo, ter seções destinadas para a gestão de:

  • Contratos e Obras;
  • Receitas;
  • Operação e Manutenção Rodoviária.

Estas ferramentas oferecem uma solução completa para a gestão e o controle rodoviário, auxiliando desde o fluxo de trabalho até a situação global das estradas. A partir de uma biblioteca com mais de milhares de trechos e componentes rodoviários, os órgãos estaduais podem gerenciar a malha com muito mais eficiência, listando aspectos como a existência de obras de arte especiais, passivos ambientais, além de elaborar estatísticas de acidentes de trânsito e controlar questões como áreas de desapropriação.

Isto facilita a produção de relatórios para o DNIT, uma vez que é possível gerar documentos de forma automática, bastando filtrar os dados já cadastrados anteriormente. Como todos os dados estarão em uma única plataforma, pode-se traçar parâmetros rapidamente e saber onde é preciso agir, realizando manutenções e novas obras de melhorias.

É Bacharel em Ciências da computação pela Universidade de Passo Fundo e possui especializações em Desenvolvimento de Software para Web e Big Data pela universidade do Vale do Itajaí. Ricardo está na Softplan há mais de vinte seis anos, atualmente é Analista de Negócios na Unidade Setor Público.

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