Pular para o conteúdo
Insights

Big Data no Judiciário: diferença entre BI e Analytics

Tiago Melo
Atualizado em: 4 de setembro de 2024
Compartilhe

Na sequência de artigos sobre o Big Data no Judiciário, falamos sobre alguns termos que englobam o Analytics. Em nosso post de hoje, vamos esclarecer melhor as diferenças entre Business Intelligence (BI) e Analytics.

Em uma perspectiva histórica, podemos classificar as análises em duas camadas com quatro tipos.

Primeira Camada

O primeiro tipo é a camada tradicional de BI. Ela é composta por análises descritivas, que tem como função apenas descrever, sem qualquer julgamento de valor, o que aconteceu no passado. Um exemplo é o número de processos que entraram em determinado tribunal em 2016.

O segundo tipo de análise são as diagnósticas. A partir da descrição, é possível explicar porque determinado fenômeno ou evento ocorreu. Esta análise traz uma inteligência maior, pois consegue relacionar duas ou mais variáveis e constrói indicadores mais elaborados e com julgamento de valor.

Segunda Camada

A segunda camada de análise inclui as análises preditivas e prescritivas, que estão no centro do que define Analytics.

Análise preditiva

A análise preditiva trabalha na perspectiva de futuro, respondendo o que acontecerá, ou que deverá acontecer, no sentido de tendência. Ela se utiliza dos métodos e tecnologias de ciência de dados, como mineração de dados e inteligência artificial, para prever, baseado nos acontecimentos passado, o que acontecerá no futuro.

A partir do desenvolvimento de algoritmos e aprendizado de máquina, é dotado um determinado modelo de capacidade para fazer predições sobre o futuro com alto grau de confiabilidade.

Análise prescritiva

A análise prescritiva é a camada de maior valor. Ainda não existem sistemas computacionais de simulação e otimização 100% automatizáveis. A prescrição, portanto, representa o elemento humano na cadeia. A partir da descrição, diagnóstico e predição, ela define qual curso de ação deve ser tomado para que determinado evento aconteça de forma desejada. Ou seja, define-se, estrategicamente uma meta ou resultado e então são definidos cursos de ação que sejam objetivos e que interferiram diretamente no tempo presente para influenciar o futuro.

Esse tipo de análise é também o de maior complexidade. Ele demanda que o analista, além de dominar as técnicas de Data Science, seja um especialista no negócio e no ecossistema em que está inserido. Mais ou menos o que nós somos para a Justiça.

BI e Analytics

O fato de que as análises descritivas e as diagnósticas estão na camada tradicional não desmerecem seu valor, muito pelo contrário. Elas são essenciais para as camadas mais sofisticadas. A função de visualização de dados, por exemplo, é um fator cada vez mais estratégico, que incorpora questões avançadas de design e usabilidade.

Além de intuitiva, a visualização precisa ser instintiva e deve dar ao usuário o poder para descobertas individuais e customizações. Dados, informações e insights não são mais apresentados. Eles são “contados”, através de narrativas estrategicamente construídas utilizando técnicas de Storytelling.

Sob esse conceito moderno, portanto, o BI é parte do Analytics.

Tiago Melo é economista, doutor em economia de empresas, com enfoque em responsabilidade social pela Universidade de Salamanca, na Espanha. Atualmente é coordenador de ESG da Softplan, onde trabalha desde 2013. Tiago já atuou em todos os segmentos da Justiça, como analista de novos negócios e product manager. Nesse período, contribuiu em diversas iniciativas de alto impacto da empresa, como no desenvolvimento de frentes de trabalho e soluções de analytics, inteligência artificial e desenvolvimento de produtos voltados para o mercado privado de grandes demandantes judiciais.

Posts relacionados

Insights

Uso da BIM na gestão pública: adoção da metodologia na SIE-SC

O decreto para uso da BIM (Building Information Modeling ou Modelagem de Informação da Construção) na gestão pública brasileira é muito recente. A maioria dos…

Washington Luke
Washington Luke
Insights

O que muda nos contratos de obras públicas após adoção da BIM

A Building Information Modeling (BIM ou Modelagem de Informação da Construção) até pode ser algo novo dentro da gestão pública. Entretanto, ela já existe e…

Washington Luke
Washington Luke
Insights

Os desafios da adoção da BIM na administração pública

A Constituição Federal de 1988 consagra no artigo 37 os princípios fundamentais da Administração Pública como elementos balizadores da atuação do Estado. E, portanto, um…

Washington Luke
Washington Luke